terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A principal vantagem de SaaS: o preço

Hoje vou pagar uma de minhas promessas. Estou postando um comparativo de preços entre aplicações no modelo SaaS e aplicações no modelo tradicional (ou "on-premisse"). Importante frisarmos novamente que alguns fornecedores trabalham também no modelo de "hosting", porém afirmam oferecer soluções SaaS  (veja o post "O que não é SaaS!!!"). Fiquem atentos!!!
Critérios.
Obviamente existem diferenças funcionais entre os produtos avaliados. Porém, isso por si só não justifica a diferença brutal no modelo de precificação dos produtos. O que justifica a diferença é o fato de o fornecedor ter construído uma vantagem competitiva com um produto inovador e utilizando um novo paradigma (e isso não é uma missão fácil). Outro ponto importante: existem produtos que podem ser comprados em bancas de jornais e gôndolas de supermercados. Esses produtos não foram considerados aqui porque não fornecem suporte. Além disso, o pequeno empresário preocupado com a disponibilidade dos seus sistemas de informações procurará por algo mais "profissional" do que um produto nesse modelo.
Comparação.
O primeiro produto é de uma grande empresa, forcedora mundial de produtos ERP no modelo "on-premisse", ou seja, você precisa comprar e instalá-lo em um servidor dentro de sua empresa. A algum tempo contatei um distribuidor com intuito de avaliar sua solução para uma pequena indústria do setor plástico com 20 funcionários. Depois de uma breve visita com 3 consultores, foi fornecido um orçamento de cerca de R$70000 considerando licenças para apenas 4 usuários das áreas administrativo/financeira e mais 540 horas (3.2 meses/homem) de consultoria em implantação. Neste valor, equivalente à metade do faturamento mensal da empresa, ainda não estavam incluídas despesas com deslocamento do técnico, infraestrutura e suporte.
O segundo produto é vendido como SaaS, porém a precificação revela que, na realidade, ele é entregue no modelo de "hosting". Ou seja, neste caso o próprio fornecedor fornece a estrutura, mas ela não é compartilhada com outros clientes. O custo de implantação pode ser verificado no site e fica em torno de R$10000. Além disso, mensalmente seriam cobrados cerca de R$160 por usuário.
E. finalmente, o terceiro produto, que para 1 usuário é fornecido de maneira gratuita. Já para 5 usuários simultâneos ele é oferecido pelo preço de R$119 mensais. Esse possui a característica de um SaaS "puro sangue", um modelo que possibilita uma grande redução de custos para o fornecedor e a transferência desse custo para o cliente final no preço do serviço.
Conclusão:  A diferença do primeiro para o terceiro chega a 3 ordens de grandeza!!!
O custo é o principal fator que leva pequenas empresas a adotar soluções SaaS. É por isso que não duvido de notícias que dizem que "a adesão das empresas à nuvem crescerá 1300% em quatro anos".
Quer saber quais são os fornecedores? Entre em contato.

2 comentários:

  1. Enviado por Patrick Pasquier da ODM Technologies:

    "A comparação é interessante. Mas falta um critério decsivo para poder avaliar as soluções. Trata-se do critério de adequação da solução á necessidade. Teoricamente, um Excel ou um Access da vida podem sair muito mais baratos do que qualquer ERP tradicional ou SaaS. Só que de tão genéricos, vão ser practicamente inúteis como produto de gerenciamento de empresa.

    Sem chegar até este extremo, pode-se conjecturar que a primeira opção, cujo preço incluía 540 horas de implementação será muito mais adequada que as outras. Este parámetro de custo de parametrização/implementação é, de fato, aquele que leva para cima os custos dos ERP. Infelizmente, as aplicações em SaaS puras não podem atender esta necessidade de adaptação tão bem quanto aplicações cujo modelo de dados é específico á empresa que o-usa.

    Cada empresa tem que decidir por si qual o nível de customização ela quer/precisa. Se a resposta for : “não muito alto…”, então, sim, um ERP em SaaS “puro” pode virar uma opção válida. Porém, nem todas estão dispostas a fazer esta escolha."

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  2. Olá Patrick,

    Conforme eu havia comentado:

    “Obviamente existem diferenças funcionais entre os produtos avaliados. Porém, isso por si só não justifica a diferença brutal no modelo de precificação dos produtos. O que justifica a diferença é o fato de o fornecedor ter construído uma vantagem competitiva com um produto inovador e utilizando um novo paradigma (e isso não é uma missão fácil).”

    Em outras palavras, o objetivo aqui não foi de afirmar que produto X atenderia melhor empresa Y. Para esta análise bastou os produtos declararem-se como ERPs, o que aliás já tem começado a soar (pelo menos para mim) como “comodity”. Porém, deixo claro que, quando forneço consultoria para meus clientes, procuro mostrar de maneira imparcial as vantagens e as desvantagens das soluções analisadas, sejam elas no modelo de entrega, na adequação funcional ou no valor do investimento. A resposta final é sempre deles. E, acredite, na maior parte dos casos o preço costuma ser o fator decisivo.

    Também lembre-se que o público-alvo deste blog são as PMEs (Pequenas e Médias Empresas) e que, quando comparadas com grandes empresas, elas são menos exigentes quanto à customização. Além disso, fora do Brasil já existem fornecedores SaaS rompendo com esse paradigma de SaaS não ser customizável (vide Salesforce.com e Netsuite).

    Agradeço seu comentário.

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